Fontes de S. Jorge


Discutir gostos é sempre uma tarefa inglória, incipiente, irrelevante…. Verificar factos, talvez nos ajude a esclarecer, a analisar, desapaixonadamente, a aprender e a corrigir.

Vamos a factos:

1. Qual era o estado das fontes de S. Jorge?

2. Até existir esta intervenção algum dos intervenientes na discussão, que agora se gerou, manifestou, ou deu a sua opinião/ideia publicamente?

(Do meu ponto de vista, e as fotos do nosso “Xico Retratista” atestam-no à saciedade, as fontes, em geral, estavam degradadas, indignas da sua função e com uma apresentação e condições sanitárias muito degradantes.)

3. Em Agosto (?), por iniciativa administrativa (da JFSJB), deu-se início a um trabalho de recuperação dos pontos de água (fontes), que tão importantes e estratégicos foram para todo o povo durante dezenas de anos.

4. A essa intervenção, antecedeu, necessariamente, uma decisão, uma discussão (as Assembleias de Freguesia servem para isso e as reuniões dos executivos de Junta, também servem para isso…)

Creio que S. Jorge (para bem de todos) tem uma oposição que tem acento nos órgãos democraticamente eleitos. O trabalho da oposição não é só estar contra, é alertar o povo (antecipadamente) para as coisas que vão acontecer e com as quais não está de acordo. Depois, deve formular qual é a sua proposta ou solução para resolver aquele problema.

5. Algum dos meios a que, publicamente, temos acesso foi veículo de notícia ou discussão participada sobre este assunto?

Dou-vos um exemplo do que quero dizer com isto. Em Agosto passei muito rapidamente por S. Jorge, constatei, à Ponte do Ribeiro (que ficou francamente favorecida com aquele gradeamento!), que foi salvaguardado o acesso (excelente) ao moinho ali existente, o que indicia que alguma discussão e algumas ideias têm eco.Se alguma vez se intervier naquele, ou outro, moinho, temos legitimidade para criticar frontalmente quem o fez se, em vez de o recuperar, o rebocar e pintar de cinzento com riscas brancas, porque estamos (antecipadamente) a partilhar publicamente ideias.Outro exemplo, a “Nossa Fontita”, se algum dia for objecto de uma intervenção daquelas, bem me podem “ter à perna”. Existem documentos escritos, com ideias concretas para o local. Têm que ser discutidas e esse é o papel dos cidadãos (do povo) e da oposição.

(Que fique claro que eu sou do povo.)

6. Então, as Fontes foram pintadas e muito bem, porque foi assim que se decidiu.

No dia que passei por S. Jorge, curiosamente, tive oportunidade de assistir à pincelada final da Fonte do Rodeio, foi dada por uma filha do Ti Cardina [lembram-se dele, era o fiel depositário das pautas musicais da Banda Filarmónica da nossa terra e ainda mudava as lâmpadas fundidas da iluminação pública]. Pois a Senhora tinha um brilho de orgulho nos olhos, finalizara o serviço de que a incumbiram e eu (com o coração despedaçado) dei-lhe os parabéns pelo trabalho que terminara. Deu o seu melhor! Não resisti ao elogio “muito bem pintada! Parabéns!”… e está!

7. A questão é outra! Será que pintar terá sido a melhor solução? Quem discutiu outras alternativas? À Junta cabe decidir e fazer! A nós cabe-nos estar atentos, à oposição cabe alertar e sugerir alternativas.

Uma ideia: é possível ter acesso online à agenda dos temas que vão a reunião de Assembleia e de Executivo. São, ambos, actos públicos, um presencial e outro por consulta das respectivas actas.

Se isso acontecesse, teríamos na agenda:

….Recuperação dos fontanários públicos.

E na acta: Serão rebocados e pintados de cinzento, debruados a branco e preto todas as Fontes…

(Aí, o povo diria: Alto! Como a estação dos Caminhos de Ferro do Fundão, NÃO!)

Já está!

Vamos para a frente! Mais uma lição!

Quem decidiu, FEZ! (Só erra quem faz...)